Aqui trava-se a batalha do cinema. Neste glorioso blog, duas aguçadas mentes debruçam-se sobre os vários acontecimentos cinéfilos (entre outros assuntos do showbiz) e registam os seus sublimes comentários. Aqui o cinema interessa quer as personagens gritem a pulmões cheios "que a força esteja contigo" ou "pátria ou morte"!

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Eu sou Shiva, o Deus da Morte!

Toda a gente gosta do George Clooney. Os homens querem ser como ele, e as mulheres querem ter alguém como ele. Há quem diga que é o novo Cary Grant. Metade artista, metade político. Para além de ter um aspecto invejável, o homem faz uma escolha criteriosa dos filmes em que participa como actor, realizador ou produtor. E os resultados notam-se.

O seu último projecto como actor, Michael Clayton, filme escrito e realizado por Tony Gilroy (argumentista do franchise Bourne) obteve 7 nomeações aos Óscares, dos quais apenas foi galardoado com o de melhor actriz secundária para a actriz britânica Tilda Swinton. A trama é mais do que batida, Clooney é Michael Clayton, um advogado encarregado de tapar todos os buracos e trapaças nos processos legais de uma importante firma de advogados. Apesar de estar com a firma há longos anos, a verdade é que ao chegar aos 50 anos Clayton não alcançou nenhum dos sonhos que possuía na juventude. Para além disso, está no centro de um complicado encobrimento de provas numa batalha legal que envolve uma multi-nacional. Ao estilo de “Intriga Internacional” (e voltando à comparação com Cary Grant) Clayton é recordado de que é apenas mais um pobre coitado, tão dispensável como qualquer outro neste mundo e é confrontado com os mais elementares dilemas morais da nossa vida. Amizade ou poder. Integridade ou dinheiro.

De facto, Clooney mostra que, para além de uma estrela mundial que faz publicidade a cafés e martinis, é um grande actor. E evidencia-o até mesmo aos créditos finais, momento em que a câmara se mantém com o protagonista quase hipnoticamente. Tom Wilkinson (O Último Beijo, 2006), actor veterano, mostra que só a experiência pode dar azo ao brilhantismo. E não ter ganho o Óscar de melhor actor secundário foi a injustiça do ano. Mas não são apenas os prémios que ditam o brilhantismo de um filme ou papel.

Um filme excepcional, ainda que não seja extraordinariamente original.

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