Em primeiro lugar: Seja bem aparecido Dr. Jones! George Lucas, demorou vários anos até conseguir um argumento que aliciasse Steven Spielberg a realizar e Harrison Ford a regressar ao papel de Indiana Jones, até que David Koepp (argumentista colaborador habitual de Spielberg) escreveu este Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal.
Para quem viu e adorou os três anteriores filmes da saga, que faziam a arqueologia parecer mais emocionante que um safari em África, não vai ficar desiludido ao gastar dinheiro no bilhete de cinema. Mas quando as luzes voltam a acender, depois da sessão, fica a sensação de que acabámos de ver um filme de “Spielberg a alta velocidade”. Com tudo o que isso tem de bom e mau. A acção continua divertida ao nível dos anteriores filmes, e nesse aspecto nem parece que passaram dezanove anos desde o último filme. É realmente um prazer rever com ternura Harrison Ford a apanhar o seu chapéu em todas as situações e Marion Ravenwood (Karen Allen) do longínquo Os Salteadores da Arca Perdida (1981). Shia LaBeouf , também me surpreendeu com o seu estilo “grease” no papel de Mutt Williams. A Cate Blanchett no papel de Irina Spalko, a terrível soviética que assombra o grupo dos heróis merecia um filme só para ela. Raramente os vilões são tão bons. John Hurt , Ray Winstone e Jim Broadbent cumprem o seu papel, nada mais.
O filme contém desde a diversão mais inteligente até à maior idiotice que nos poderia ocorrer e, é difícil abstrairmo-nos disso. A cena em que Mutt anda nas lianas à “Tarzan” e volta com os macaquinhos para atacar os mauzões soviéticos foi das coisas mais embaraçosas que me lembro de ver no cinema ultimamente. Spielberg declarou que este seu filme tinha um elemento de todos os estilos de filmes existentes. Pois para mim os filmes de Indy sempre tiveram o seu estilo muito comic e não precisavam nada de se ir inspirar em outros. No entanto, há espaço para alguns piscares de olho aos fans da série: a homenagem a Marcus Brody e a Jones Sr., a Arca da Aliança esquecida no armazém do exército americano, a fantástica música intemporal de John Williams e a homenagem à fotografia do retirado Douglas Slocombe.
O resultado é uma mistura interessante de Indiana Jones e Sci-fi .
Aquela cena final do chapéu foi uma brincadeira interessante. Grande Spielberg!
Duas coisas são certas. O Indiana Jones continua a ser um dos grandes marcos da nossa imaginação, uma ode à aventura inteligente. E foi para ser o Dr. Jones que o Harrison Ford nasceu.
Sem comentários:
Enviar um comentário