Ao longo da sua carreira, a maioria dos trabalhos do realizador Robert Benton resultaram em filmes complexos, que através das relações de personagens comuns tentam estudar o relacionamento dos seres humanos. Exemplos disso são Kramer contra Kramer (1979), Billy Bathgate (1991) e Vidas Simples (1994).
No Banquete do Amor (2007) o que está em jogo é perceber porque raio o amor pode causar tanta dor e dar tanto prazer em simultâneo. Qual o seu significado para diferentes pessoas?! Como se esperaria não nos são dadas respostas, talvez porque não existam. E é sobre isso que o filme reflecte. Benton filma sem fazer recurso ao suspense, à adrenalina, aos efeitos especiais ou a movimentos de câmara alucinantes. Dá-nos um filme quase corriqueiro, por vezes previsível, mas que quando menos se espera nos mostra a sua profundidade, com a naturalidade dos acontecimentos da vida do dia-a-dia como o nascimento ou a morte. O elenco conta, entre outros, com Morgan Freeman, Greg Kinnear, Radha Mitchell, Alexa Davalos e Selma Blair.
Um grande filme que passou um pouco despercebido nas salas nacionais. Não é mau aproveitarmos para pensar enquanto nos divertimos. Um banquete de vida… e de cinema para o qual só é pena ter estado pouca gente presente, no Cinema Estúdio Alfa. Quando saí da sala, ali no centro da cidade, ouvi alguém a dizer: “Mas também há aqui um cinema?”. Até me caíram as pipocas ao chão! Vamos lá a estender os nossos horizontes e a tentar ir à procura de bom cinema. Em todas as salas ele existe, mas temos de estar atentos.